segunda-feira, 30 de dezembro de 2013



Olha aí, gente, tudo mais que confirmado. Domingo,  lançamento do CD Retrato 3 por 3, no Centro de Tradições Nordestinas, no Bairro do Limão, em São Paulo. Alem de nós, Alexandre Morais,Genildo Santana e Zé Adalberto Do Caroço Do Juá, muitos amigos, músicos e poetas vão estar presentes para um momento único. Contamos com a presença de quem estiver por perto e a força de que não puder comparecer.

Na foto nós e Lucélia Pereira, produtora artística do CTN em visita ao palco do evento.
 

sábado, 28 de dezembro de 2013


O Filho Da Excelência

Amazan

Hoje a nossa polícia
Está muito fiscalizada
Por isso é que cabra ruim
Deixou de levar mãozada
É, porque antigamente
Cabra metido a valente
Quando um soldado pegava
Ficasse com foi num foi
Era cada tapa ôi
Que o mocotó entrançava.
Hoje a polícia não pode
Mais dar cacete em ninguém
Cinegrafista amador
Em toda janela tem.
Mas antes tinha uns soldado
Daquele mal encarado
Na rota da bacurau
Que andava cum farnezim
Procurando cabra ruim
Pra dar um samba de pau.
Até que um certo dia
Às duas da madrugada
O quartel passou um rádio
A bacurau foi chamada Pra ir prender um rapaz
Que andava tirando a paz
E o sono do pessoal
Com o som do carro ligado
Passando em sinal fechado
E dando cavalo-de-pau.
A bacurau fez fiapo
Para o local indicado
Não demorou encontrar
O rapaz embriagado
Tinha descido do carro
Tava comprando cigarro
Mas quando espiou de lado
Viu o camburão parando
E o soldado pulando
Já com o braço levantado.
Foi pulando e foi dizendo
- Teja preso, seu safado
Mas antes eu vou lhe dar
Um murro tão condenado
Que tu vai rolar no chão.
Aí o boy disse: _Meu irmão
Tenha calma, tu tá quente
Bater em mim ninguém vai
Senão eu conto a meu pai
O juiz Manoel Vicente.
O soldado deu um freio
Que o coturno cantou
Uma travada no braço
Que o cotovelo estalou.
Aí o cabo disse: -Junim,
Rapaz, tu aqui sozim
Essa hora biritando
Vamo pra casa, danado
Teu pai tá preocupado
E a gente lhe procurando!
Aí levaram Junim pra casa
Bateram numa janela
Manoel Vicente saiu
Com os ói chei de remela.
Aí o cabo disse: -Doutor
Esse filho do senhor
Estava um pouco alterado
Não podíamos prendê-lo
Achamos melhor trazê-lo
Em casa ele está guardado.
E nisso Manoel Vicente
Nem sabia o que fazer
Olhando para a polícia
Começou a agradecer:
Ô, que polícia educada
- Muito bem rapaziada
Gostei da iniciativa
Quando de mim precisar
Basta só me procurar
Lá na Liga Desportiva.
O soldado franziu a testa
E virou como um girassol
Você está me dizendo
Que é juiz de futebol?!
Pobre de Manoel Vicente
Respondeu todo contente:
- Sim, o melhor do estado!
Aí não disse mais nada
Levou uma burduada
Que caiu de cu trancado.
Deram um cacete em Junim
Que o mijo espirrou no chão
Jogaram os dois pelo fundo
Das calças no camburão
Pobre de Manoel Vicente
Preso inocentemente
Sem ter feito nada errado
Junim sem uma pestana
E os dois passaram a semana
Vendo o sol nascer quadrado.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

FULERAGEM MUSIC, NAO E FORRO





Mulher fuleira, uma imagem feminina no forró contemporâneo 70 Durante o primeiro semestre de 2012 dediquei-me ao estudo e análise da produção midiática de duas bandas de forró eletrônico que fazem parte da cena cultural e musical do Estado do Piauí nos dias de hoje “Aviões do Forró” e “Calcinha Preta”, bem como do imaginário dualístico de gênero composto por homens e mulheres que sempre estão presentes nos shows destas bandas que acontecem no interior e em nossa Capital, Teresina. Este processo foi possível a partir observação da oferta de produtos midiáticos por meio de CDs, DVDs e projeção dos shows em bares, restaurantes, boates, pubs, e nos mais diversos espaços culturais, que possibilitou a investigação da produção de sentidos relacionados ao corpo feminino, que gerou a seguinte indagação: Que imagem do corpo feminino é pretendida na produção midiática do forró eletrônico como elemento de consumo cultural? Ao estudar as coreografias, figurinos, perfil corporal, movimentos dançantes e os discursos das letras, de shows gravados em DVDs das duas bandas de forró concluiu-se que esta oferta midiática constrói e oferta sentidos sobre o corpo feminino e que os sentidos identificados na observação foram de romance, eróticos e sensuais, reafirmando-se, historicamente, o papel da mulher como objeto de desejo sexual definida para e pelo homem. Quanto ao objeto de análise qualitativa temos as bandas de forró contemporâneo (eletrônico), geralmente formadas no Nordeste do Brasil.
As Bandas “Calcinha preta” e “Aviões do forró” fazem parte do pequeno grupo de bandas regionais que ganharam grande repercussão no cenário midiático nacional. As duas possuem músicas que compõem trilhas sonoras de várias telenovelas da maior rede de televisão do país, “Rede Globo”. Por este e outros fatores, vêem suas músicas tocadas em todas as grandes rádios populares do Brasil, que acaba ganhando espaço no gosto da população de todo o país.Numa perspectiva de mercado, cultural e de gênero a mulher surge como um atrativo das “bandas de forró”. As músicas falam sobre mulheres, descrevem corpos e condutas para a existência feminina, constroem representações que são aceitas e utilizadas em suas práticas sociais, vêm nelas também uma “representação de seu cotidiano” o que aumenta ainda mais sua identificação com as músicas. Desta forma, o forró eletrônico, recheado por dançarinas exuberantes e sensuais contribui consideravelmente na consolidação de uma “cultura nordestina” que tem bases no consumo ligado aos prazeres do corpo, intimamente relacionados à figura da “mulher fuleira”.   Um dos autores mais renomados nestes estudos que fundamentou consideravelmente nossa pesquisa, Felipe Trotta afirma que “…a temática majoritária das músicas da banda incorpora uma certa continuidade entre a festa e a relação amorosa e sexual, descrevendo estratégias de conquistas, narrando belezas femininas, comentando ações e situações do casal…. com coreografias sugestivas e erotizadas. Portanto, a temática amorosa-sexual.” Como piauiense, entrincheirado pela paleta de ofertas midiáticas oferecidas como cultura regional a ser consumida, ouvimos e vemos cotidianamente o conteúdo do forró eletrônico no trabalho, em casa e quando a diversão envolve “festa”, percebendo, desta forma, que o conteúdo fonográfico deste estilo musical, majoritariamente, traz textos que falam sobre mulheres, e as “pintam” com o pincel do machismo mais patriarcal, dando ênfase a corpos sensuais que levam a um desejo sexual iminente, analogamente a períodos anteriores, mas de forma mais pejorativa e agressiva, pois o duplo sentido é carregado de um conteúdo explicitamente sexual. No tocante às letras musicais, é perceptível que o enfoque é extremamente pejorativo, onde o sexo é tratado de forma banal, depreciativo, no tocante às mulheres, e satírico e patriarcal, para os homens. A dança que é apresentada no acompanhamento das músicas é recheada por um aspecto de espetacularização do corpo da mulher, mostrando-o por todos os “ângulos”, desencadeando, desta forma, sentidos de sexualidade e desejo de posse, onde o corpo feminino é um objeto de satisfação sexual para os homens. Neste contexto chamamos a atenção para a música da banda Aviões do Forró – Mulher Fuleira (Fuleira significa no linguajar cotidiano nordestino sem valor; ordinária, reles). A tônica do forró estilizado, na atualidade, é banalizar as variadas formas de discriminações, preconceitos e violência contra as mulheres tão presente em nossa sociedade, nele as mulheres são tratadas como objeto de prazer ou de violação. Por meio da linguagem são utilizados com freqüência termos como vagabunda, pistoleira, fuleira, safada e puta. A exemplo do refrão da música Mulher Fuleira: Ela é fuleira, fuleira, fuleira. Ela é fuleira, fuleira, fuleira. Ela é fuleira, fuleira, fuleira. Ela é fuleira, fuleira, fuleira. Na bagaceira… Como se percebe são expressões que reforçam a força cultural do patriarcado.  
Enfim, acreditamos que o “corpo” é uma construção social e cultural, cuja representação circula no grupo, investida duma multiplicidade de sentidos. Esses sentidos por vezes reafirmam, por outras se ampliam ou remodelam e por, outras ainda, enxugam ou, mesmo, desaparecem. Mas de qualquer forma, as representações se formam de acordo com o desenvolvimento humano num dado contexto sócio- histórico. Assim, o título de nosso texto justifica-se e alude a idéia da mulher como uma representação do papel de objeto sexual, onde o corpo feminino idealiza a inquietude, a saciedade, o desejo, o sexo e a uma ideia explicar de fuleiragem, onde o protagonismo semiótico é o da “mulher fuleira”. Por Fábio Soares da Costa

Leia mais em: http://www.jfagora.com/artigo-mulher-fuleira-uma-imagem-feminina-no-forro-contemporaneo-2.html
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domingo, 22 de dezembro de 2013


ZENILTON,FORRO MATUTO E IVAN FERRAZ NA CASA DO REI,PARQUE AZA BRANCA,EXU,PERNAMBUCO.

sábado, 21 de dezembro de 2013


O NORDESTE, O BRASIL, SENÃO O MUNDO
PERDEU HOJE UM GIGANTE 'ASTRO REI'
COMO FÃ EU JAMAIS ESQUECEREI
DO POETA DO BREGA MAIS PROFUNDO.
CORAÇÃO DE POETA É VAGABUNDO
QUANDO DELE UM AMOR VEM TOMAR POSSE
SE VOCÊ CONHECEU TALVEZ ENDOSSE
PORQUE AMOR TEM DO QUENTE, FRIO E MORNO
QUE PARTIU DESSA VIDA MAIS UM CORNO
SEGUE EM PAZ, O REI REGINALDO ROSSI.

Autor: Pedro Torres

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013



                                                             No dia que eu morrer
                                                             Deixo a mulher sem conforto
                                                             Roupas em malas guardadas
                                                             E o chapéu em torno torto
                                                             E a viola com saudades
                                                             Dos dedos do dono morto.

                                                             (Poeta Louro Branco-CE).

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013



A BRIGA NA PROCISSÃO
Quando Palmeira das Antas,
Pertencia ao capitão “Justino Bento da Cruz”.
Nunca faltou diversão,
Vaquejada, cantoria, procissão e romaria.
Sexta-feira da paixão.

Na quinta-feira maior, no salão paroquial
Dona Maria das Dores reunia os moradores
Logo após uma pré-seleção ao lado do capitão.
Escalava-se a seleção de atrizes e atores.

O papel de cada um o capitão escolhia.
A roupa e a maquiagem eram com dona Maria.
O resto era discutido, aprovado e resolvido
Na sala da sacristia.

Todo ano tinha um Jesus, um Caifaz e um Pilatus.
Só não mudavam a cruz, o verdugo e os maus tratos.
O Jesus daquele ano, foi o Quincas beija-flor
Caifaz foi o Cipriano, Pilatus foi o Nicanor.

Duas cordas paralelas, separavam
A multidão, para que pudessem entre elas
Caminhar a procissão.
Cristo conduzindo a cruz, foi não foi advertia
Ao centurião perverso que com força lhe batia.
Era pra bater maneiro mas ele não entendia,
Devido ao grande pifão que bebeu naquele dia
Do vinho que o capelão guardava na sacristia.

Cristo dizia: - ô rapaz, vê se bate devagar,
Já to todo encalombado assim não vou agüentar.
Ta com a gota pra doer, ô tu para de bater,
Ô a gente vai brigar, jogo já essa cruz fora,
To ficando revoltado, vou morrer antes da hora
De ficar crucificado.

O pior era que o malvado fingia que não ouvia,
Além de bater com força ainda se divertia,
Espiava pra Jesus, fazia pouco e dizia:
-Que cristo frouxo é você que chora na procissão?
Jesus pelo que se sabe num era mole assim não!
Eu to batendo com pena, tu vai ver o que é bom
Na subida da ladeira da venda de Finelon,
O couro vai ser dobrado, daqui até o mercado
A cuíca muda o som!

Naquele momento, ouviu-se um grito da multidão.
Era Quincas que com raiva sacudiu a cruz no chão,
E partiu feito maluco pra cima de Bastião.
Se travaram no tabefe ponta pé e cabeçada...
Madalena levou queda, Pilatus levou pancada,
Deram um bufete em caifaz que até hoje não faz
Nem sente gosto de nada.

Desmancharam a procissão, o cacete foi pesado,
São Tomé levou um tranco que ficou desacordado,
Acertaram um cocorote na careca de Timote
Que até hoje é aluado.

Até mesmo São José, que não é de confusão,
Na ânsia de defender o filho de criação,
Aproveitou a garapa pra dar um monte de tapa
Na cara do bom ladrão.

A briga só terminou quando o doutor delegado,
Interviu e separou cada santo pro seu lado.
Desde que o mundo se fez, essa foi a primeira vez
Que cristo foi pro xadrez mas não foi crucificado.

AUTOR: CHICO PEDROSA

terça-feira, 17 de dezembro de 2013



O grande Zenilton e o cantor  e apresentador de programa de radio e tv ,Ivan Ferraz.Durante as comemoracoes do nascimento do Gonzagao,na casa do rei,Parque Aza Branca. Exu,Pernmabuco. Zenilton , foi uma das boas atracoes na sobra do juazeiro.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013


#Exu | Crianças tocam pra Gonzaga


No sabado(14/12), as homenagens a Gonzagão ficaram nas mãos das crianças. E elas não fizeram feio, os jovens de 9 a 14 anos, do Projeto Asa Branca e do Ponto de Cultura Alegria de pé de serra animaram a Bodega de João Barela, em Tabocas, e depois seguiram num pau de arara até a feira livre de Exu tocando com beleza as músicas do Mestre Lua, no projeto Cultura Livre nas Feiras.

Quem ficou orgulhoso foi o professor, Mestre Pedro, que brinca sobre seus alunos: “eles estão aprendendo mais do que eu”. Pedro aprendeu sanfona sozinho, com sua própria inteligência, como ele diz, “eu sou um cara da roça, um sofredor, sou vaqueiro, mas sempre fui muito apegado à música”, diz ele que também é poeta e já foi mestre de reisado. Atualmente está com 35 alunos. “Eu queria que todo mundo que passasse pelo projeto aprendesse pelo menos um pouquinho”, diz ele, com 12 alunos veteranos que o acompanham constantemente em apresentações.
O projeto Asa Branca vem formando jovens sanfoneiros desde 2002. Os alunos chegam e ficam até se profissionalizar, até pegar gosto pela coisa. “Muitos sanfoneiros de Exu passaram pelo projeto”, conta Marlla Texeira, Articuladora Regional do Projeto Cultura Livre nas Feiras.
A jovem Jaiane, de 13 anos é moradora de Tabocas e faz parte do grupo “Os Gonzaguinhas”, formado só por crianças. Ela conta que sua inspiração vem de Luiz Gonzaga, “Ele é a cultura, é nosso rei”. Pra Mestre Pedro, Gonzaga “é uma estrela pro Nordeste e pro mundo inteiro. Graças a ele nós estamos com nossa música pé de serra”, diz. E acrescenta: “Pra mim ele é até um santo que está obrando milagre”.

sábado, 14 de dezembro de 2013




O fim de semana vai ser de muita animação e forró no Exu, terra do Rei do Baião Luiz Gonzaga. Dentro da programação do Festival Pernambuco Nação Cultural, vários forrozeiros vão se apresentar no Palco Nação Cultural, montado no Parque Aza Branca, na sexta(13) e no sábado (14), sempre às 21 horas. O evento faz parte das comemorações da festa “Viva Gonzagão”, que homenageia o Mestre Lua.
Com mais de 25 anos de carreira e 28 cds lançados, o cantor e compositor pernambucano Nando Cordel é uma das principais atrações do Palco Nação Cultural na sexta-feira (13), dia do aniversário de Gonzagão. E Nando promete levar ao público um show que mescla músicas de sua autoria, como “É de dar água na boca” e “Hoje é dia de folia”, com canções do Rei do Baião, como “Asa Branca”, e de Dominguinhos. Além dele, na mesma noite também sobem ao palco a banda Anjos do Forró, Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga, Joãozinho de Exu e Targino Gondim.
O acordeonista e cantor Waldonys, chamado carinhosamente por Luiz Gonzaga de “garoto atrevido”, sobe ao palco no sábado, 14. “A emoção de se apresentar no Exu sempre existe, mesmo eu tocando no aniversário de seu Luiz desde a época que ele era vivo. Foi em Exu que fui apresentado a um grande público pela primeira vez”, confessa o cantor. E completa: “mas esse ano a emoção triplica, por causa da falta de Dominguinhos. Há exatamente um ano ele fazia o seu último show lá e eu estava”.
Na mesma noite ainda se apresentam Jaiminho de Exu, a cantora Marina Elali, que, em 2012, gravou um dvd em homenagem ao Mestre Lua, Daniel Gonzaga, neto de Gonzagão, e Flávio Leandro.
Confira a programação completa do Palco Nação Cultural
Sempre a partir das 21h – Local: Parque Aza Branca
Sexta-feira, 13/12
- Anjos do Forró
- Joquinha Gonzaga
- Joãozinho de Exu
- Targino Gondim
- Nando Cordel
Sábado, 14/12
- Jaiminho do Exu
- Marina Elali
- Daniel Gonzaga
- Waldonys
- Flávio Leandro


         
 Exu | Quando a sanfona de 8 Baixos ainda teima em tocar



Ontem (12/11), no I Encontro de sanfonas de 8 Baixos, grandes nomes do instrumento tocaram na Fazenda Araripe prestando homenagem ao fole que está cada vez mais raro.

O primeiro instrumento tocado pelo Rei do Baião, aquele que seu pai, Januário tocava e era famoso por consertar e afinar, aquele de músicos clássicos no Sertão como Geraldo Correia, Abdias, Pedro Sertanejo, Negrão dos 8 Baixos, Zé do X, a sanfona de 8 Baixos está se tornando rara aqui no Araripe.
O músico e pesquisador Leo Rugero, que lançou ontem (12/12), no Exu o livro e filme homônimos, “Com respeito aos 8 Baixos” resolveu tocar “nessa ferida”, como ele mesmo diz. “Eu percebi que esse instrumento era muito querido, ocupava um rol de significância e isso foi se perdendo, a partir da década de 1980 essa tradição foi se esvaindo”, conta. Carioca e pianista, Leo conheceu o tocador de 8 baixos paraibano, Zé Calixto e se apaixonou pelo instrumento. “Ele toca músicas impossíveis de serem tocadas numa sanfona de 8 Baixos. Fiquei estarrecido com o virtuosismo, com o repertório, que incluía choro, frevo, um repertório todo instrumental”, conta do encontro musical que começou quando ele ouviu um disco de Zé e se aprofundou ainda mais quando eles, de fato se encontraram. “O que eu achei que seria apenas mais uma entrevista se transformou num deslumbramento com o instrumento e no início de uma grande amizade”, conta.
Rugero resolveu inserir o tema na academia, escrevendo pela primeira vez um artigo sobre o instrumento: “A sanfona de 8 Baixos e a música instrumental”. Ele conta que não só Zé Calixto foi morar no Rio, como vários outros músicos nordestinos fizeram o mesmo percurso ativando uma cena da sanfona de 8 Baixos na cidade maravilhosa, na década de 1970. Com seu trabalho, o carioca espera  “mais do que preservar, difundir e ampliar, revalorizar a sanfona de 8 Baixos”.  “Eu já tinha experiência com a música nordestina, com a música armorial, com Hermeto Pascal, com o trabalho de Guerra Peixe sobre o folclore daqui. Mas a sanfona de 8 Baixos me colocou em contato com a alma, com o cerne dessa experiência musical. E foi um desafio porque não era o meu mundo. Hoje eu me sinto integrado, como se de alguma forma eu tivesse fazendo parte dele”, finaliza.
Os lançamentos fizeram parte do I Encontro de sanfona de 8 Baixos que também contou com a apresentação de grandes nomes como Zé e Luizinho Calixto e Bilinho dos 8 Baixos.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013



 JUAZEIRO DO NORTE-CE: Milhares de fiéis participaram da Missa do Padre Cícero



Roberto Bulhões

A missa do Padre Cícero que acontece todo dia 20 de cada mês, sempre às 06:00h, em frente a Capela do Socorro, na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, reuniu na manhã de hoje milhares de fiéis de todas as partes do Brasil. Entra ano e sai ano e, em cada celebração, o público é surpreendente. O ato litúrgico foi presidido pelo Padre Joaquim Claudio auxiliado por uma dezena de padres, debaixo de um sol causticante. O evento marca a passagem para a eternidade do Padre Cícero Romão Batista que faleceu no dia 20 de julho de 1934. Desde sua morte, sempre no dia 20 de cada mês, uma celebração é feita na praça do Socorro, em frente a capela de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, onde Padre Cícero está sepultado.
Que chova ou faça sol, a tradição se mantém e o evento já faz parte do calendário turístico do município. A missa recebeu muitos romeiros oriundos de várias partes do país, que, vestidos de preto, reverenciam o padre cearense que eles consideram santo. Caravanas são formadas nas cidades nordestinas todos os meses para vir a juazeiro no dia da missa. Uma dessas caravanas de Verdejante, Pernambuco, trouxe 350 romeiros em cinco ônibus e vários carros pequenos para rezar na missa do "Padim Ciço". O organizador da caravana pernambucana, José Roberto, disse que no próximo mês ele voltará a Juazeiro com 10 ônibus e cerca de 500 romeiros.
A missa do Padre Cicero foi transmitida ao vivo para todo Brasil e o mundo via TV e internet, através de um pool de emissoras do Ceará e do Sudeste do País. A TV Século 21 e TV Aparecida, ambas sediadas em São Paulo e captadas em antenas parabólicas e TVs por assinatura, se soma com a TV Ceará de Fortaleza e a TV Verde Vale, sediada em Juazeiro do Norte todo dia 20. A tvpadrecicro.com.br fez a transmissão via internet, juntamente com cerca e 20 emissoras de rádio no Cariri e em várias parte do Nordeste. "Juazeiro do Norte e o Padre Cícero estão sempre na mídia nacional e a cada transmissão ao vivo, a repercussão é bem maior que muita gente acredita", explica o Padre Joaquim.

sábado, 31 de agosto de 2013



MORRE,AOS 64 ANOS, O SANFONEIRO DUDA DA PASSIRA

Duda da Passira era um dos sanfoneiros mais ilustres de Pernambuco
Pernambuco perdeu, na madrugada desta sexta-feira (30/8), o cantor, compositor e sanfoneiro, Duda da Passira, aos 64 anos. Ele estava internado no Hospital da Restauração há nove dias e faleceu após o agravamento da uma hemorragia hepática.

Duda da Passira tinha mais de duas mil músicas gravadas em estúdio. Além de ter gravado com Jorge de Altinho, acompanhou Luiz Gonzaga na turnê “Danado de bom”. Sua carreira tomou impulso quando, na década de 1980, conheceu, juntamente com o sanfoneiro Toinho de alagoas, o produtor e flautista, Zé da Flauta, que resolveu gravar algumas músicas com eles e mais Heleno dos Oito Baixos e Zé Orlando, o que resultou no disco "Forró Brasil", que venceu o Grammy Latino em 1991.

Duda também tocou em Berlim, na Casa da Cultura Mundial, em 1993. O último show de Duda de Passira foi em 17 de agosto, uma homenagem ao mestre Dominguinhos.

O velório será realizado no sábado (31/8) a partir das 9h, em Vitória de Santo Antão, terra do artista.  O local do enterro ainda não foi confirmado.


    sábado, 3 de agosto de 2013


                     Cultura Livre nas Feiras

    No próximo sábado (3/8), o Projeto Cultura Livre nas Feiras se dedica especialmente à cidade de Exu, terra natal do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Pela manhã, a feira livre do município recebe duas atrações locais para marcar o aniversário de morte do Mestre Lua. A primeira é a Banda de Pífano de Exu, que fará uma homenagem especial, e a segunda é a Banda Os Vaqueiros de São Luiz, que fechará a manhã com chave de ouro.

    Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em Exu numa sexta-feira 13 de dezembro de 1912 e não foi coroado à toa. É tido como o maior expoente da cultura nordestina e um dos maiores artistas que o Brasil já teve. Foi a força das músicas escritas, tocadas e cantadas por ele que o Nordeste passou a ser descoberto. Das festas juninas ao flagelo da seca, dos costumes interioranos à migração dos nordestinos, Gonzagão conquistou o país.Morreu em 2 de agosto de 1989, após mais de 40 dias de internação, que terminou com uma parada cardiorrespiratória.

    O projeto Cultura Livre nas Feiras é uma iniciativa da Secretaria de Cultura de Pernambuco, em parceria com as prefeituras municipais, que existe desde 2011 democratizando o acesso à cultura no estado. O foco principal é garantir aos artistas uma chance de expor seu trabalho e ao público a oportunidade de vivenciar experiências culturais.

    Programação do Cultura Livre nas Feiras, com acesso gratuito:

    Exu - Feira Livre - Sábado (3/8)
    9h - Banda de Pífano de Exu (Foto)
    10h - Banda Os Vaqueiros de São Luiz

    sexta-feira, 2 de agosto de 2013

                                           


    William parabéns pelo blog, Zenilton é um grande artista, de um talento exorbitante. Tenho apenas 21 anos, adoro musica verdadeira. Sou um grande fã de Zenilton, Sou do Amazonas mas moro aqui no recife e sou louco pelo Forró e a cultura regional! possuo alguns Lp's dele, gostaria de ter noticias sobre o artista em questão. E se tivesse a chance de conhecer Zenilton (Um altógrafo! hehe)ou ainda assisti-lo seria uma grande honra. Creio que ele resida em alguma cidade do nordeste. Ah...como eu posso conseguir um exemplar do Cordel lançado por ele?? Parabens mais uma vez pelo blog. Abraço Ficaria eternamente grato por Notícias.




    CHRISTIAN RAMOS


     24 ANOS DA MORTE DE LUIZ GONZAGA


    2 de agosto, aniversario de morte de Luiz Gonzaga do Nascimento.A data lembrada com muito saudosismo pelos  admiradores do Rei do Baiao. No Parque Asa Branca em Exu,Luiz Gonzaga sera lembrado numa roda de sanfoneiros embaixo do Juazeiro,evento que ocorre todos os anos nesta data. Zenilton que recebeu carinhosamente do filho ilustre de Exu o apelido de Cacula do Baiao,vai prestar homenagem ao sanfoneiro do Rio Brigida,embaixo do Juazeiro.Na oportunidade sera lembrado O grande Domingos de Morais(Dominguinhos) que ao lado de Seu Luiz faz festa no reino celestial. Zenilton frequentava a Fazenda Asa Branca, tinha grande estima por Seu Luiz e era o fiel amigo de Ze Gonzaga.  

    sexta-feira, 26 de julho de 2013



     Ariano Suassuna falando do forró atual... 


    ‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
    Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
    Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
    Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

    Ariano Suassuna

    quinta-feira, 25 de julho de 2013



    12:22:31

    Serrita celebrará 43ª Missa do Vaqueiro



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    Organização espera um público de 60 mil pessoas durante evento
    Foto: Divulgação


    Começa nesta quarta-feira (24) e segue até o domingo (28), a 43ª edição da Missa do Vaqueiro em Serrita, município do Sertão pernambucano.
    A organização do evento espera um público de 60 mil pessoas para o evento que reúne, além do lado religioso, o profano com shows, vaquejadas e lançamentos do livro ‘Missa do Vaqueiro - 40 Anos’ e do CD ‘Rezas de Sol’, que reúne as canções entoadas durante a missa.
    O tradicional encontro tem suas raízes em uma história cantada por Luiz Gonzaga. Segundo a tradição, Raimundo Jacó era um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar: achava qualquer bicho, onde quer que estivesse. Reza a lenda, que seu canto atraia o gado, mas também a inveja dos colegas de profissão que, numa emboscada, assassinaram Jacó.
    O vaqueiro tinha um fiel companheiro, um cachorro. A história conta que o cão velou o corpo de Jacó dia e noite, morrendo de fome e sede. O enterro do vaqueiro atraiu uma pequena multidão. Sua coragem o transformou num mito do Sertão, que correu o mundo, chegando ao conhecimento de Luiz Gonzaga. O vaqueiro teve sua saga transformada em versos pelo famoso Rei do Baião. Gonzaga também decidiu fazer do caso de Jacó o mote para o ofício do vaqueiro.
    Desde então, houve a primeira Missa do Vaqueiro em 1970, celebrada no Sítio Lajes, Serrita, pelo padre João Câncio. De acordo com o costume, o início da celebração é dado com uma procissão de mil vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas, como chapéu de couro, chicote, berrante, ao altar de pedra rústica em formato de ferradura. A missa acontece ao ar livre, sempre em um domingo. Confira programação completa abaixo.
    Quarta-feira, 24/07 - Serrita
    Banda Mulek Doido
    Wander e Renan
    Nildo do Acordeon
    Banda Magia do Amor
    Quinta-feira, dia 25/07 - Ipueira
    Gideon do Forró
    Forrozão Ald
    Banda Magia do Forró
    Sexta-feira, dia 26/07 - Parque do Vaqueiro
    Chico Justino e Cícero Mendes
    Flávio Leandro
    Bueno Novais
    Cheiro de Menina
    Raniere
    Forrozão das Antigas
    Sábado, dia 27/07 - Parque do Vaqueiro
    Coral Aboios
    Edson e Hudson
    Ana Paula Nogueira
    Joquinha Gonzaga
    Cesinha
    Banda 100 Parea
    Domingo, dia 28/07 - Missa do Vaqueiro
    Josildo Sá
    Cezinha
    Coral Aboios
    Pedro Bandeira
    Participação dos Aboiadores: Fernando e Ronaldo